NOVA Financial Markets: o novo Centro de Conhecimento da NOVA School of Law

O novo Centro de Conhecimento NOVA Financial Markets foi apresentado no passado dia 19 de fevereiro, numa sessão que contou com a presença dos/as respectivas/os investigadoras/es, consultores/as e entidades parceiras para a apresentação do programa de atividades para o ano de 2024, quer nas vertentes de investigação, como de impacto social.

Seguiu-se uma breve discussão iniciada por uma intervenção da Professora Noah Vardi (Universidade Roma Tre), intitulada “Creditworthiness assessment & responsible lending in the context of consumer credit. Where are we?” e posteriores comentários de Francisca Guedes de Oliveira (Administradora do Banco de Portugal e Professora de Economia da Católica Porto Business School) e Vinay Pranjivan (Economista e especialista em proteção dos consumidores nos serviços financeiros).

Foco na Investigação & Criação de Valor

O novo Centro de Conhecimento, coordenado pela Professora Joana Farrajota,“surge da necessidade sentida de centralizar e estimular a investigação na área dos mercados financeiros, por um lado, e, por outro, de contribuir com este mesmo conhecimento, ainda que devidamente ajustado, para o desenvolvimento de uma comunidade – extramuros, fora dos limites da comunidade académica – mais informada no que a estes mercados diz respeito”, explica a professora.

O NOVA Financial Markets tem, por isso, duas vertentes de atuação: uma de investigação e outra de criação de valor.

No que diz respeito à investigação, esta tem cariz internacional, não se cingindo à investigação em Portugal. “Presentemente o estudo de maior envergadura – no qual o Banco de Portugal é parceiro – centra-se na avaliação da eficácia da implementação dos requisitos de conhecimento e competência do staff dos bancos que trabalha na área do crédito hipotecário”, refere Joana Farrajota, acrescentando que “este estudo será realizado em três Estados Membros: Portugal, Alemanha e Itália”.

No que concerne à relação do Centro com a comunidade, o principal vetor de ação é a promoção da literacia financeira e a aproximação da sociedade, em geral, aos mercados financeiros.

E porquê?

Primeiro, pelo facto de “os níveis de literacia financeira permanecerem, em geral, baixos (…) não só em Portugal, mas em geral, na União Europeia e fora da EU”, nota a professora.

Segundo, pela posição particular de Portugal. “De um lado, o facto de, em Portugal não ter havido evolução significativa nos níveis de literacia financeira da população adulta entre 2020 e 2023. E, por outro lado, o facto de, dentro da UE, fonte da esmagadora maioria da regulação nacional aplicável aos mercados financeiros, existir uma heterogeneidade muito significativa de resultados quanto aos níveis de literacia financeira. Veja-se, por exemplo, a distância que separa Portugal e Alemanha”, salienta.

Por último, a terceira razão que levou a centrar os esforços do Centro na promoção da literacia financeira resulta da relação estreita que existe entre literacia financeira e aumento de bem-estar individual e dos mercados. “Uma maior literacia financeira traduz-se em melhores decisões financeiras e num aumento do bem-estar não só a nível individual, mas a um nível supra-individual”, salienta Joana Farrajota, acrescentando que: “A literacia financeira tem um impacto positivo sobre a economia como um todo, contribuindo para a estabilidade dos mercados”.